

Joe Berardo, empresário madeirense com vários investimentos no concelho de Estremoz, como o Museu Berardo Estremoz ou a Quinta do Carmo, localizada na Herdade das Carvalhas, foi acusado pelo Ministério Público do crime de burla qualificada pela forma como conseguiu acumular dívidas em crédito malparado, na ordem dos mil milhões de euros, junto da Caixa Geral de Depósitos (CGD), do extinto Banco Espirito Santo (BES) e do Banco Comercial Português (BCP).
A acusação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), conhecida esta quinta-feira, surge no âmbito do processo em que o empresário, actualmente com 81 anos, foi detido e constituído arguido em Junho de 2021.
Entre 2008 e 2012, o empresário deu como garantia a totalidade dos títulos da Associação Colecção Berardo, que detinha uma valiosa colecção de arte, avaliada entre 300 a 500 milhões de euros.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Berardo, com os advogados André Luiz Gomes e Gonçalo Moreira Rato, terá simulado um litígio em 2013, através de uma acção cível, para impedir os bancos de acederem ao património da associação.
A sentença dessa acção permitiu-lhes aprovar deliberações que prejudicaram os credores, contrariando os acordos iniciais feitos entre 2008 e 2010.
O inquérito teve inicialmente outros arguidos, incluindo familiares de Berardo e o ex-presidente da CGD, Carlos Santos Ferreira, mas as suspeitas foram arquivadas por falta de indícios.
com CNN Portugal – Henrique Machado | Imagem: Nuno Veiga – LUSA