Pedro Nuno Santos sinalizou, à saída da reunião com o Presidente da República, que o Partido Socialista (PS) está disponível para viabilizar um Orçamento Retificativo da Aliança Democrática (AD), para permitir aumentos salariais em certos grupos profissionais da Administração Pública, como professores e forças de segurança.
“Há um arco de consenso sobre a necessidade de valorizar carreiras salariais de alguns grupos da Administração Pública”, reiterou o líder do PS, após a reunião que durou cerca de duas horas, sendo a mais longa até agora. Assim, “não há razão para arrastar os pés nesta matéria”, pelo que o PS está disponível para “encontrar com a AD uma solução que permita que até ao Verão os profissionais tenham a situação resolvida”.
Em causa estão grupos como os professores, as forças de segurança, profissionais da saúde e oficiais de justiça, indicou Pedro Nuno Santos. Para o concretizar, “pode ser necessário aumentar os limites de despesa”, pelo que o PS está disponível para viabilizar um Orçamento Retificativo – apenas “limitado às matérias sobre as quais existe amplo consenso”.
Para que seja possível o acordo entre os dois partidos, Pedro Nuno Santos disse que vai “indicar dois nomes para construir um acordo que permita uma solução até ao Verão”.
O Secretário-Geral do PS também disse querer “participar na decisão da futura localização do aeroporto” de Lisboa e assim “travar esta indecisão de 50 anos que precisamos de resolver”.
Apesar de se mostrar disponível para entendimentos em certas matérias, apontando que “em matérias onde há um ponto de vista comum, o PS está aberto a que entendimentos sejam concretizados”, Pedro Nuno Santos volta a salientar que o PS vai “liderar a oposição”. O líder socialista não perspectiva “nenhuma alteração profunda” dos resultados eleitorais com a contagem dos votos dos emigrantes.
“Aquilo que se espera é que o líder da coligação amanhã apresente uma solução de Governo estável. O país precisa de um Governo forte, estável, mas precisa também de uma oposição estável, forte e sólida. É isso que nós seremos”, vincou.
Já sobre o Orçamento do Estado para 2025, Pedro Nuno Santos não se comprometeu mas sinalizou: “É quase impossível que o Orçamento Geral do Estado tenha a nossa concordância”.
Marcelo Rebelo de Sousa está a ouvir um partido por dia, sendo que a última audição, da Aliança Democrática, está marcada para esta quarta-feira, quando deverão ser conhecidos os resultados provisórios dos votos dos emigrantes. Tudo indica que o CHEGA vai obter dois deputados, o PS um e a AD outro, pelo que não vai alterar o cenário de governabilidade.
com Mariana Espírito Santo – ECO | Foto: Manuel de Almeida – Lusa