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Sindicatos avisam: Protesto dos polícias da PSP está a aumentar e não tem data para terminar

Frisando que não há certezas sobre quando irá terminar, fontes sindicais adiantaram à Lusa que o protesto dos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) está a aumentar em número e a chegar a mais zonas do país.

Este movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP, contra o suplemento de missão atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária (PJ), juntou na noite de ontem, terça-feira, 09 de Janeiro, mais elementos, quer da PSP, da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Guarda Prisional, em comparação com a noite de segunda-feira, apontaram os sindicatos.

Presente no protesto em frente à Assembleia da República, em Lisboa, o Presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SNP), Armando Ferreira, salientou à Lusa que estavam hoje “muitas mais pessoas” e que “continuavam a chegar”.

Já na cidade do Porto, em frente à Câmara Municipal, o Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, referiu que estavam cerca de 300 pessoas, apontando para “milhares em todo o país”.

Os sindicalistas sublinharam que estavam a ocorrer protestos em localidades como Castelo Branco, Viseu, Vila Real, Leiria, Santarém, Guarda, Horta ou Ponta Delgada.

Sobre a dimensão dos protestos, por melhores condições salariais e de trabalho, Paulo Santos destacou que estão a ter uma “adesão bastante relevante”.

Esta mensagem forte já levou a que os vários partidos políticos tenham comentado esta situação. Ou seja, está-se a fazer aquilo que nós há muito pretendíamos, que era que a segurança interna e os problemas da PSP e da GNR, dos seus profissionais, fosse debatido e parece-me que agora é o momento certo para continuarmos a investir nesta luta”, vincou.

Também Armando Ferreira realçou que não serão os sindicatos a indicarem um “ponto final” dos protestos: “Temos a certeza absoluta que começou no domingo, não temos a certeza absoluta quando é que vai acabar”.

O líder do SNP salientou ainda que “só uma pessoa pode ter a certeza absoluta de quando acaba” o protesto, apontando que se o Primeiro-Ministro António Costa pretender, o movimento termina.

É valorizar os profissionais da Polícia de Segurança Pública da mesma forma como valorizou os profissionais da Polícia Judiciária”, atirou.

Desde o final da tarde de segunda-feira que vários carros de patrulha da PSP, principalmente do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis), estão parados, alegando os polícias que estão inoperacionais e com várias avarias.

O Director da PSP indicou no dia de ontem que está a ser feita uma avaliação dos carros da PSP que estão inoperacionais e que o Comando de Lisboa poderá ser reforçado com viaturas de outros locais.

A contestação dos elementos da PSP, juntamente com os militares da GNR, teve início após o Governo ter aprovado, em 29 de Novembro, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

Os elementos da PSP e da GNR consideram tratar-se de um “tratamento desigual e discriminatório”.

Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da PSP e quatro associações da GNR, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.

Na sexta-feira, esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna pela falta de interesse, apatia e resistência à consagração de direitos dos profissionais da PSP e GNR.

c/ Lusa | Foto: DR

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