

No início de Fevereiro deste ano foi lançado o mais recente single do grupo Bandidos do Cante, “Já não há pardais no céu”. Por si só, o facto desta banda composta por jovens alentejanos terem lançado uma nova música, depois do sucesso de “Amigos Coloridos”, já era motivo mais que suficiente para se fazer uma notícia, mas houve algo mais que chamou a atenção à redacção do Ardina do Alentejo.
O videoclipe de “Já não há pardais no céu”, que pode ver aqui, e que já tem mais de 130 mil visualizações em apenas um mês e meio, foi filmado na aldeia de Santo Aleixo, no concelho de Monforte, foi realizado pelo estremocense Guilherme P. Correia, e conta ainda na ficha técnica com a colaboração de mais dois estremocenses, o seu irmão Simão Correia, como assistente de realização, e Inês Ferro, que tratou do styling.
Ardina do Alentejo esteve à conversa com Guilherme P. Correia, que também assina a produção executiva e a edição do videoclipe do mais recente sucesso dos Bandidos do Cante. O que tem feito e por onde tem andado, o futuro, e Estremoz foram alguns dos temas abordados nesta breve conversa com o talentoso Guilherme P. Correia.
Ardina do Alentejo – Como é que surgiu este trabalho de realizares o videoclip “Já não há pardais no céu” dos Bandidos do Cante?
Guilherme P. Correia (GC) – O contacto surgiu através dos Bandidos do Cante, com quem eu já tinha trabalhado anteriormente, na gravação do videoclipe “Amigos Coloridos”, no qual fiz a direcção de fotografia.
Desde aí que desenvolvemos uma boa relação e essa música foi um êxito nas rádios. Por essa razão, desafiaram-me a realizar um novo trabalho, mas agora na qualidade de realizador.
Ardina do Alentejo – E tem “dedo” teu as filmagens terem sido efectuadas em Santo Aleixo?
(GC) – Sim, desde o dia que ouvi a música e trocámos as primeiras impressões, senti que Santo Aleixo era o local ideal para esta produção.
Tenho uma ligação familiar e afectiva com esta aldeia e foi uma forma bonita de eternizar a casa onde o meu avô João Pereira nasceu e cresceu, na qual guardo boas memórias.
Espero que continuem a surgir mais projectos desafiantes como este. Porém, quero desenvolver mais a área da narrativa, tenho um desejo há muito tempo, que é realizar uma curta-metragem na minha cidade.
Ardina do Alentejo – E para os menos atentos, que trabalho é que tens feito e por onde tens andado?
(GC) – Já trabalho há vários anos na área. Desde 2013, quando me formei em cinema, passei por várias produtoras onde filmei alguns programas de televisão e publicidades.
Mas é na música que tenho encontrando maior liberdade artística para criar. Mais recentemente trabalhei com artistas como DAMA, Buba Espinho, Bárbara Tinoco…
Ardina do Alentejo – A imagem, quer em fotografia, quer em vídeo, sempre esteve muito presente na tua vida… E agora já a trabalhar na companhia do teu irmão… Filhos de peixe sabem mesmo nadar?
(GC) – Desde criança que me lembro de estar rodeado por câmaras. O meu avô Correia era fotógrafo da nossa cidade e foi através dele e do meu pai que tive os primeiros ensinamentos.
O meu irmão Simão também entrou nesta produção porque, por acaso, estava disponível, mas ele está a fazer o seu próprio percurso numa área totalmente diferente, no entanto quando estamos rodeados da família e amigos tudo se torna mais fácil, pelo que foi óptimo contar com a presença dele.
Tem sido um gosto ver como a dinamização cultural tem crescido na nossa cidade e nas restantes freguesias, com uma oferta diversificada e de qualidade.
Ardina do Alentejo – O que é que o futuro reserva ao realizador Guilherme Correia? Que trabalhos, que possas revelar, vêm por aí?
(GC) – Espero que continuem a surgir mais projectos desafiantes como este. Porém, quero desenvolver mais a área da narrativa, tenho um desejo há muito tempo, que é realizar uma curta-metragem na minha cidade.
Neste momento estou no processo de escrita e se tudo correr bem, até ao final de 2026 pretendo filmar.
Se conseguir trazer a produção para Estremoz, seria um sonho tornado realidade.
Ardina do Alentejo – Estremoz é a tua terra e é comum marcares por cá presença… O fixares-te em Estremoz e trabalhares por cá está fora de hipótese?
(GC) – Gosto muito da minha cidade e espero mesmo um dia voltar a viver cá.
Eu continuo a trabalhar com várias marcas locais e da região. Gosto de manter esse contacto com as minhas raízes e trabalhar com os melhores profissionais do Alentejo, muitos dos quais temos o privilégio de dizer que são do nosso concelho.
Desde criança que me lembro de estar rodeado por câmaras. O meu avô Correia era fotógrafo da nossa cidade e foi através dele e do meu pai que tive os primeiros ensinamentos.
Ardina do Alentejo – A todos quantos forem ler esta entrevista, que mensagem lhes deixas…
(GC) – A todos os leitores do Ardina apelo a que apoiem e participem nas iniciativas culturais promovidas no concelho. Tem sido um gosto ver como a dinamização cultural tem crescido na nossa cidade e nas restantes freguesias, com uma oferta diversificada e de qualidade.