O artista alentejano Miguel Bravo foi presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Évora, durante a tarde do dia de ontem, segunda-feira e na manhã desta terça-feira, tendo-lhe sido aplicada as medidas de coação de apresentações periódicas junto das autoridades, duas vezes por semana, ao que tudo indica no Posto da Guarda Nacional Republicana (GNR) de São Miguel de Machede, ficando ainda impedido de se aproximar da vítima, está proibido de usar as suas redes sociais e de usar qualquer dispositivo electrónico.
A família, os pais e a irmã, foram buscar Miguel Bravo ao Tribunal de Instrução Criminal de Évora. O cantor foi ainda interpelado pelos jornalistas. Miguel Bravo escusou-se a prestar declarações, dizendo apenas “não tenho nada a dizer”.
De recordar que o cantor, de 21 anos, foi detido por agentes da Polícia Judiciária (PJ) de Évora, na noite do passado sábado, 20 de Julho, quando se encontrava nos camarins das Festas do Porto Alto, no concelho de Benavente, numa acção que contou com o apoio da GNR.
O mandado de detenção foi emitido pelo Ministério Público (MP), após investigação da Polícia Judiciária, investigação essa que já decorria há alguns meses, tendo sido recolhidos vários elementos de prova, entre os quais vídeos de cariz sexual, com nu integral e até práticas sexuais, bem como mensagens trocadas entre a menor e o artista, onde este chega mesmo a oferecer 100 euros por vídeos da menor a acariciar-se.
Miguel Bravo está indiciado por seis crimes, três de abuso sexual de crianças e outros três de pornografia de menores agravados.
A vítima é uma criança de 13 anos, residente em São Miguel de Machede, que está a ser actualmente acompanhada por psicólogos. A queixa foi apresentada à PJ pela mãe da menor, que conhecia o artista há vários anos visto as famílias terem proximidade, chegando mesmo a manterem convívios em datas especiais, como almoços de Natal.
Antes de ser presente na tarde de segunda-feira à Juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Évora, o artista pernoitou durante duas noites nas instalações da GNR de Arraiolos, local onde voltou a passar a noite de segunda para terça-feira.
No primeiro interrogatório judicial, que durou mais de quatro horas, Miguel Bravo prestou declarações e disse à juíza desconhecer a idade da vítima.
A Procuradora do Ministério Público pediu prisão preventiva para o artista. Ao que o Ardina do Alentejo conseguiu apurar, o MP vai recorrer das medidas de coação aplicadas.
De recordar ainda que Miguel Bravo já foi notícia em diversas vezes por ter faltado a alguns concertos, sendo sobejamente reconhecido pela agenda duplicada. O cantor nascido em Azaruja, no distrito de Évora, é acusado por várias organizações e comissões de festas de receber dinheiro antecipado, como forma de sinal pela sua presença, e posteriormente não realizar os concertos, sem que devolva as verbas envolvidas às organizações.
com Correio da Manhã