O Primeiro-Ministro assinalou, esta terça-feira, o “dia histórico” da aprovação, no Parlamento, do lançamento do projecto de alta velocidade ferroviária, anunciando que o concurso público será lançado na próxima semana. Costa saudou a “maturidade democrática” do processo.
“Hoje é um dia histórico para a mobilidade e para o transporte público”, disse António Costa, em Vila Nova de Gaia, referindo-se à votação favorável de projectos de resolução do Partido Socialista (PS) que recomendam ao Governo que avance com o projecto de alta velocidade ferroviária.
António Costa falava nas Caves Ferreira, onde assistiu à assinatura da consignação da empreitada da Linha Rubi do Metro do Porto ao consórcio FCC, ACA e Contratas y Ventas, por 379,5 milhões de euros.
“Acho que é um momento que deve ser aplaudido, porque revela enorme maturidade democrática, e que é particularmente importante para um país onde as obras públicas são obsessivamente discutidas, e obsessivamente adiadas”, considerou. Para o Primeiro-Ministro, “num momento de grande agitação política, a Assembleia da República ser capaz de uma esmagadora maioria votar a favor e dizer ‘abram lá o concurso’, acho que é muito importante e deve encher, todos os democratas, de muito orgulho”.
“A abertura deste concurso, na próxima semana, garante-nos que podemos aceder a 729 milhões de euros que estão reservados em Bruxelas exclusivamente para esta obra, poupando-nos a ter de concorrer, nos anos seguintes, com todos os outros países”, garantiu o Primeiro-Ministro. António Costa salientou que o investimento “é estrutural para a descarbonização da mobilidade, para encurtar as distâncias entre as duas áreas metropolitanas, para substituir muitas das viagens que hoje se fazem de avião ou por automóvel”.
O Partido Social Democrata (PSD) anunciou o voto favorável da resolução do PS para arrancar com o concurso da linha de alta-velocidade Porto – Lisboa porque “nunca será um entrave” ao desenvolvimento, mas remete responsabilidades da solução para o PS. Numa posição escrita enviada à Lusa e assinada pelo Vice-Presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, considera-se que “o país já perdeu demasiado tempo e esta seria a segunda candidatura falhada por incompetência e impreparação do Governo português, liderado pelo Partido Socialista”.
“Assim, o PSD votará a favor desta proposta, na estrita medida em que ela procura resolver os problemas de tempo e de capacidade do eixo ferroviário Lisboa – Porto. O voto é a favor de Portugal. Quanto ao resto, cada partido que assuma as suas responsabilidades e que não enganem mais os portugueses. Porque o Governo não tem, nem merece, crédito neste assunto”, critica o dirigente do PSD.
Em causa está o lançamento do concurso para o troço Porto – Oiã (Oliveira do Bairro) da linha de alta velocidade Porto – Lisboa, que ligará as duas cidades numa hora e quinze minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria.
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