Na passada sexta-feira, dia 08 de Setembro, foram colocados quase três mil professores, a maioria contratados, em resultado da segunda reserva de recrutamento, mas as escolas ainda têm cerca de 1.300 horários vazios, sobretudo em Lisboa, Setúbal e Algarve.
Depois de, na semana passada, terem sido colocados perto de três mil docentes, a segunda reserva de recrutamento permitiu às escolas preencher outras tantas vagas.
Arlindo Ferreira, especialista em estatísticas da educação, explicou à LUSA que, no total, foram colocados 2.924 professores, mais concretamente “2.355 contratados e 589 professores do quadro”.
No entanto, estas quase três mil colocações não foram suficientes para colmatar as necessidades dos estabelecimentos de ensino e, à data de sexta-feira, havia ainda cerca de 1.300 horários em contratação de escola, o último recurso disponível para a contratação de professores.
Os directores já tinham publicado na sexta-feira cerca de 560 horários, muitos dos quais ficaram por preencher na segunda reserva de recrutamento, e, à semelhança da semana anterior, é nas zonas de Lisboa, Setúbal e Algarve que parecer ser mais difícil contratar.
De acordo com a análise feita por Arlindo Ferreira, foram pedidos, na sexta-feira, 220 horários para escolas em Lisboa, 103 para estabelecimentos de ensino em Setúbal, e 59 para escolas em Faro.
Entre os horários colocados na sexta-feira a concurso, a maioria é para Português do 3º Ciclo e Secundário (61) e Pré-Escolar (55), o que mostra que as dificuldades em encontrar professores para Informática são cada vez menores, explicou o também Director do Agrupamento de Escolas Cego do Maio, na Póvoa de Varzim.
A propósito da segunda reserva de recrutamento, Arlindo Ferreira sublinhou ainda que, nesta fase, há 135 professores vinculados em quadros de zona pedagógica sem colocação, a maioria de Educação Física (29) e Biologia e Geologia (24) e do quadro de zona pedagógica 1, que abrange o Litoral Norte.
Por outro lado, a maioria dos professores de quadro que conseguiram um lugar, foram colocados em horários temporários, uma situação que o Director Escolar diz ser pouco frequente, mas que poderá estar relacionada com o elevado número de professores que entraram nos quadros do Ministério da Educação este ano, através do novo mecanismo de vinculação dinâmica.
A falta de professores nas escolas, provocada em parte pelo envelhecimento da classe e pela pouca atractividade da profissão entre os mais jovens, levou o Governo a permitir às escolas que seleccionassem docentes detentores de cursos reconhecidos como habilitação própria para a docência.
No entanto, para Arlindo Ferreira, o problema, que já se tornou habitual a cada arranque de ano lectivo, é agora mais grave e os números registados a poucos dias do regresso às aulas são “muito elevados comparativamente a anos anteriores“.
c/ Lusa | Foto: DR