No âmbito das comemorações do seu centenário, o Partido Comunista Português (PCP) criou um espectáculo musical, que reúne quase 100 intérpretes, para ser apresentado no Alentejo, nos meses de Dezembro e de Fevereiro.
Em comunicado enviado à agência LUSA, a direcção regional do partido explica tratar-se do espectáculo “É tão lindo o meu partido!”, criado para o Alentejo, “região histórica” para o PCP.
O espectáculo foi criado para o Alentejo, “onde a luta pelo direito ao trabalho, a redução do horário de trabalho para as oito horas nos campos e a terra a quem a trabalha marcam indelevelmente o longo percurso da luta dos trabalhadores e do povo da região e que se projectam no futuro”.
Segundo o PCP, o espectáculo vai ser apresentado em quatro sessões, estando as duas primeiras marcadas para os dias 01 e 11 de Dezembro, respectivamente em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, e Avis, no distrito de Portalegre.
As restantes sessões vão decorrer em Fevereiro, nomeadamente no dia 12, em Évora, e no dia 19, em Beja.
O PCP refere que o espectáculo envolve quase uma centena de intérpretes convidados e que participam a solo ou integrados em grupo corais.
Duarte Coxo, Fernanda Bacalhau, Fernando Malão, João Morais, João Vitorino, José Russo, Maria Leonarda Madeira, Maria Marrafa, Nuno do Ó, Paulo Ribeiro, Raia: Planeta Campaniça (projecto a solo de To-Zé Bexiga) e Rosário Gonzaga são alguns dos artistas a solo convidados.
Coral Harmonia, Coral Vozes d’Arte, Grupo Coral e Etnográfico de Grândola, Grupo Coral Fora d’Oras, Grupo Coral Feminino Papoilas do Enxoé de Vale de Vargo e Vozes Além’Tejo são alguns dos grupos corais participantes.
“É tão lindo o meu partido!”, o título do espectáculo, é um verso de uma ‘moda’ popular do cante alentejano, Património da Humanidade, com a mesma designação e que foi feita no período revolucionário pós 25 de Abril de 1974.
Segundo o PCP, “É tão lindo o meu partido!” conta a história do partido desde a década de 20 do século passado, recorrendo a peças literárias, poéticas, musicais, discursivas ou jornalísticas, e cruzando os planos locais e regionais com os planos nacional e internacional da luta do povo alentejano e do povo português.
Ainda segundo o partido liderado por Jerónimo de Sousa, o espectáculo tem também “uma forte componente multimédia, revelando acontecimentos e tempos históricos nos quais o PCP teve um papel fundamental na luta do povo português pela liberdade, pela dignidade, pelo futuro”.
“Este trazer para o palco peças históricas não se traduz na sua recriação histórica, antes as actualiza e transforma, na sua execução, num presente de luta e num património de futuro”, explica o PCP.
Trata-se de “um diálogo” com os espectadores, que “serão envolvidos na narrativa”, que, “não se constrói como uma cronologia do passado”, mas, “antes, este e as suas lutas datadas, serão reactualizadas e projectadas para o futuro, porque o futuro tem partido”, remata o PCP.
c/ LUSA