No passado domingo, dia 19 de Setembro, numa vinha situada numa quinta perto de Grândola, no litoral alentejano, cerca de uma dezena de entusiastas do naturismo, munidos apenas de sapatos, chapéu ou boné, fizeram uma vindima da uva "ímpar", numa actividade organizada pelo Clube Naturista do Centro.
Em declarações à AFP, Filipa Gouveia Esteves, presidente da Federação Portuguesa de Naturismo (FPN), referiu que "esta é uma actividade penso que pioneira em Portugal e temos de dar os parabéns aos participantes”. "O naturismo tem vindo a crescer em Portugal, no sentido em que há mais ofertas, nomeadamente mais campings e mais praias naturistas e as pessoas estão um pouco mais abertas à prática do naturismo", acrescentou.
"O naturismo é um estado de comunhão com a natureza, embora a gente use chapéu e estejamos calçados, mas tiramos a roupa”, disse Manuel Patrício, um participante desta vindima, com cerca de 50 anos.
Os participantes nesta iniciativa defendem que a prática do naturismo é uma forma de desenvolvimento da saúde física e mental.
Sobre este dia de vindima no Alentejo, Denis Dieterich, um dos participantes estrangeiros, referiu achar “maravilhoso. Acho que é uma coisa óptima de se fazer. Acho que a forma como os portugueses abordam toda a ideia da natureza, e depois acrescentam este elemento, é espectacular”.
A estreia em Portugal deste tipo de vindimas foi notícia em França. O texto da agência de notícias francesa AFP começava assim: "Enquanto os termómetros se aproximavam dos 30°C, uma dezena de viticultores munidos apenas de sapatos, chapéu ou boné inspeccionou um lote de vinha situado perto de Grândola, no Alentejo, uma das regiões vinícolas mais importantes de Portugal".
Enquadrado por uma lei alterada em 2010, o naturismo é legal em Portugal desde 1988.