O Primeiro-Ministro António Costa participou esta quarta-feira, dia 17 de Março, na Assembleia da República, em mais um debate sobre política geral, um novo modelo que surgiu nesta sessão legislativa, na sequência de um acordo PS/PSD, que tem uma periodicidade bimestral e que substituiu os debates quinzenais, que se realizavam desde 2008.
E para além, entre outros temas, da questão da venda das barragens da EDP, do plano de desconfinamento e do programa de vacinação, o Aeroporto de Beja e a possibilidade de o mesmo ser uma alternativa à construção de um novo aeroporto de Lisboa, também esteve na ordem do dia.
E quem trouxe a questão ao debate foi André Silva, do PAN. O deputado defendeu que seja feita uma "avaliação ambiental estratégica a sério" e que, para além do Montijo e de Alcochete, inclua também a opção do Aeroporto de Beja.
O deputado perguntou se o Executivo liderado por António Costa "tem medo" que o estudo venha a demonstrar que a solução Beja "é a mais adequada".
Em resposta ao PAN, António Costa disse que há mais de 60 anos que se anda a discutir onde é que deve ser o novo aeroporto e que "o país se apaixonou pela discussão da localização" e "finalmente foi Alcochete que teve um consenso nacional". Depois, um novo Governo "enterrou Alcochete e disse que não iria haver aeroporto nenhum", mas esse Governo viria depois a perceber que "era urgente um novo aeroporto". "Houve um entendimento sobre a localização no Montijo", disse Costa, afirmando que quando chegou ao Governo decidiu manter a decisão e que era necessário cumprir o projecto.
José Luís Ferreira, do PEV, alegou que o Governo não tem nenhum estudo que sustente que o Montijo é a melhor solução para a construção do novo aeroporto de Lisboa.
João Gonçalves Pereira, do CDS-PP, afirmou que "o PS contribuiu em seis anos para voltarmos à estaca zero" na questão dos aeroportos. "O Primeiro-Ministro está seguro de que a questão de Alcochete está resolvida?" perguntou.
Em resposta, o Primeiro-Ministro disse que as obras só não começarão no próximo mês porque a entidade reguladora considerou que as autarquias poderiam impedir a construção.
"Para remover esse obstáculo é necessário alterar a lei", referiu, além da obrigatoriedade de realizar uma avaliação ambiental estratégica. "Se gosto? Não. Mas tenho de cumprir a lei", referiu Costa.
Referindo-se a uma resposta anterior de António Costa, o deputado do PAN, André Silva, disse que o facto de Beja ficar a 129 kms de Lisboa não obsta a que esse aeroporto passe a servir a capital. O deputado enunciou uma série de aeroportos que ficam a distâncias superiores a 100 kms das cidades que servem.
"Beja, com TGV, fica a 40 minutos de LIsboa", realçou André Silva.
O Primeiro-Ministro António Costa respondeu ao deputado do PAN que "há aeroportos e aeroportos, mas se queremos falar de aeroportos principais, de regiões capitais, não há Beja. Temos de encontrar uma solução efectiva, praticável e que nos permita recuperar décadas de tempo perdido. É mais uma perda de tempo para uma solução que tem de ser tomada" referiu.
c/ Jornal de Notícias