Fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou à TVI que o Ministério Público (MP) abriu um inquérito ao surto de Covid-19 que se verifica no concelho de Mora.
Segundo a Procuradoria "o inquérito tem por objecto uma situação concreta relacionada com o suto de Mora, no âmbito do qual não deixarão de ser investigados todos os factos que chegarem ao conhecimento do Ministério Público e que sejam susceptíveis de integrarem a prática de crime".
Ainda segundo a estação televisiva sedeada em Queluz de Baixo, o inquérito está a ser dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Évora.
Segundo informação avançada pelo Presidente da Câmara Municipal de Mora, Luís Simão de Matos, são já 56 as pessoas infectadas com Covid-19 na vila de Mora. Registaram-se assim nesta sexta-feira quatro novos casos.
O autarca morense, que se encontra em confinamento obrigatório decretado pela Autoridade de Saúde Pública depois de dois funcionários da Câmara Municipal de Mora terem testado positivo para Covid-19, adiantou ainda que “todos os bombeiros” da corporação local “testaram negativo”.
No Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), permanecem internados cinco doentes, quatro deles nos cuidados intensivos e um em enfermaria.
Já durante a semana que agora termina, o Presidente do Município de Mora tinha afirmado ter “conhecimento de investigações em curso pelas autoridades policiais” sobre o surto de Covid-19 que se abateu sobre o seu concelho, admitindo que o mesmo pudesse resultar da “incúria de alguém”.
“Daquilo que tenho conhecimento, é que há investigações em curso pelas autoridades policiais, acerca do doente zero”, porque “desconfia-se que pode ter havido aqui incúria de alguém”, afirmou Luís Simão de Matos.
O surto da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 pode dever-se a “alguém que não se terá comportado como devia, no sentido de se ter percebido mais cedo a origem do surto” declarou o autarca.
“Espero que não se confirme isso, naturalmente. As autoridades estão a investigar mas se se apurar responsabilidade de alguém, essas pessoas devem ser severamente responsabilizadas” defendeu.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) também tinha confirmado à agência LUSA que "continuava a efectuar diligências no sentido de apurar pessoas que eventualmente possam ter desrespeitado ou estejam a desrespeitar as normas em vigor estabelecidas pela Direcção Geral da Saúde (DGS)”.