A Directora Geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu esta segunda-feira, dia 17 de Agosto, na já tradicional conferência de imprensa de balanço da Covid-19 em Portugal, que “o surto de Mora é complexo e tem mais de 300 pessoas potencialmente envolvidas”.
Durante as declarações aos jornalistas, Graça Freitas adiantou que a maioria destas três centenas de pessoas “já foram testadas”.
A Directora Geral da Saúde sublinhou que “quer a origem do surto quer as cadeias de transmissão estão ainda em investigação pelas autoridades de saúde” referindo que “não são apenas os casos iniciais que interessam, interessam também os casos secundários, terciários e quaternários”, sendo “precoce estar a fazer afirmações sobre a origem e cadeias subsequentes”.
Graça Freitas falou em 40 casos positivos neste surto de Mora, um valor diferente dos 42 avançados esta segunda-feira pelo autarca local, Luís Simão de Matos.
A Direcção Geral da Saúde adiantou ainda a existência de um outro surto, com 24 casos identificados, na freguesia do Ciborro, no concelho de Montemor-o-Novo, e que poderá estar relacionado com a situação em Mora. Neste segundo foco já foram realizados 225 testes.
Em declarações esta segunda-feira à Rádio Renascença, o Presidente da Câmara Municipal de Mora declarou que o surto naquele concelho alentejano pode ser um "caso de polícia".
“É substancial e preocupante” as quatro dezenas de casos numa população de 2500 pessoas, sublinha Luís Simão de Matos, acrescentando que está em curso o alargamento dos testes à população.
Questionada sobre uma eventual investigação policial sobre o surto em Mora, a Directora Geral da Saúde afirmou que a investigação das autoridades de saúde “é policial no sentido da minúcia” e do “trabalho de detective” para identificar os contactos dos infectados e identificar a origem do contágio.