Com o intuito de cativar privados a investirem no imóvel, a Câmara Municipal de Alandroal quer avançar com obras de conservação e restauro das muralhas da antiga Fortaleza de Juromenha, nas margens do Alqueva, que já sofreram várias derrocadas.
"Temos a intenção de intervir na conservação e restauro das muralhas, se nos forem atribuídos fundos comunitários e autorização", afirmou à LUSA o presidente do Município, João Grilo.
O autarca de Alandroal realçou que a câmara "assumiu a responsabilidade de desenvolver os estudos necessários e apresentar uma candidatura a fundos comunitários", que permitam realizar obras nas muralhas para que, depois, "a fortaleza possa ser integrada no programa Revive".
"Como é um imóvel de grandes dimensões, exige um investimento muito avultado e tem de haver uma concertação de esforços para que seja atractivo até para os privados", frisou, esperando que, a curto prazo, se possa "inverter a tendência de abandono".
João Grilo adiantou que existe "uma estimativa inicial de 4,5 milhões de euros" para consolidar toda a estrutura da muralha, salientando que a candidatura do Município a fundos da União Europeia "depende da reprogramação" do Portugal 2020.
"Estamos a falar de conservação para dinamização e valorização económica e gerar desenvolvimento e riqueza na região, que precisa destes projectos para ser sustentável e ter um desenvolvimento equilibrado", notou.
Segundo o presidente do município, a antiga Fortaleza de Juromenha sofreu "algumas derrocadas" na zona da muralha medieval e na envolvente setecentista, as quais ocorreram, no início de Abril, alegadamente devido ao mau tempo.
"Esta situação está a ser acompanhada pela Câmara Municipal e pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo", acrescentou.
No ano passado, a Assembleia da República aprovou um projecto de resolução do PSD que pedia a inclusão da antiga Fortaleza de Juromenha na lista de imóveis a concessionar a investidores privados, no âmbito do programa Revive.
Antes, em 2008, foi anunciada a recuperação da antiga Fortaleza de Juromenha, com um projecto turístico numa parceria público privada e com apoios de fundos da União Europeia, num investimento de 20 milhões de euros, mas o projecto não se concretizou.
As primeiras muralhas de Juromenha datam do período da ocupação romana, tendo sido erguidas em 44 antes de Cristo por ordem de Júlio César.
Em 1167 foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques, tendo ocupado um lugar de relevo na defesa da nacionalidade portuguesa.
Actualmente, a fortaleza da povoação está classificada como Imóvel de Interesse Público.
A fortificação acolhe no seu interior um conjunto de edificações em estado de ruína, das quais se destacam as igrejas da Misericórdia e Matriz, a cadeia e os antigos paços do concelho.
c/ LUSA