No espaço de uma antiga fábrica de cortiça, onde actualmente está sediada a associação Fábrica Catalã, irá decorrer entre os dias 16 e 18 de Setembro, em Azaruja, a primeira edição do Festival Suro, um festival multidisciplinar que explora e reactiva as relações entre território, memória e património corticeiro, em articulação com a arte contemporânea.
O Festival Suro conta com um programa variado, no domínio artístico e cultural, e com a presença de nomes importantes, de âmbito nacional e internacional.
Logo no dia inaugural do festival, a 16 de Setembro, terá lugar um concerto de Salvador Sobral (que contará com a presença de uma convidada catalã, Magali Sare) e serão inauguradas várias exposições de arte contemporânea (pintura, fotografia e escultura), dos artistas Sebastião Resende, Pedro Calhau, Mónica Capucho, Inês Teles, Paulo Scavullo e Alexandra Ferreira.
No dia 17, da autoria de João Sousa Cardoso, que será também o intérprete juntamente com Ana Deus, será apresentada uma encenação teatral de textos do artista eborense Álvaro Lapa, intitulada “Raso como o chão”.
No mesmo dia, António Guerreiro, António Marques e Raul Cerveira Lima mantêm uma conversa/debate sobre “A paisagem, vista de longe e de perto”.
Ainda no dia 17, a Casa do Montado trará ao Festival Suro uma oficina para crianças subordinada ao tema “Sensibilização à preservação do ecossistema do montado” e estudiosos da história da cortiça, como Ignacio García Pereda, da Universidade de Lisboa, e Francisco Parejo Moruno, da Universidade da Extremadura, proferem uma conferência sobre temáticas corticeiras.
No dia final do Suro, 18 de Setembro, e usando como instrumentos o violoncelo e o bombo, Joana Ricardo e Mariana Correia, interpretam canções tradicionais num espectáculo a que deram o nome de “Lado de Dentro”. No mesmo dia, a Companhia de Teatro de Marionetas “Era Uma Vez”, fará um espectáculo para os mais jovens, de seu nome “A azinheira sinaleira”.
Um dos principais objectivos desta primeira edição do Suro é promover a difusão do conhecimento do montado de sobro, através da transmissão de conhecimentos e realização de demonstrações e de acções de sensibilização e valorização deste importante ecossistema.
Na continuação da redescoberta das ancestrais ligações com a Catalunha, que tiveram início com as migrações catalãs corticeiras para a Azaruja, em meados do século XIX, serão apresentadas mostras gastronómicas com os pratos mais emblemáticos desta herança.
O Suro é uma realização da Fábrica Catalã, associação cultural que o concebe e organiza, com a coprodução da Câmara Municipal de Évora, e com os apoios do Banco BPI e da Fundação “La Caixa”, da Junta de Freguesia de São Bento do Mato, da Fundação Eugénio de Almeida, do Museu del Suro, da Editorial Gavarres, da GREC - Grupo de Estudos e Investigação Cassanencs, da Empresa Granaz, e do Monte da Bonança.
c/ Tribuna Alentejo