No passado fim de semana, o Teatro Bernardim Ribeiro, em Estremoz, recebeu uma das mais conceituadas actrizes nacionais. Susana Arrais pisou o palco da emblemática sala de espectáculos estremocense, na condução da Residência Artística "Viver o Teatro", uma iniciativa produzida pela Associação Colectivo Cultura Alentejo, e que contou com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz.
Susana Arrais, que actualmente podemos ver na telenovela da TVI, "Quero é Viver", onde interpreta o papel de “Sofia”, é licenciada em Teatro e Educação, com mestrado em Educação Artística, com especialização em Teatro na Educação, e durante dois dias “conduziu” os participantes nesta Residência Artística pelo fascinante mundo do teatro.
No final da terceira apresentação de “Mário”, espectáculo levado à cena pelo Colectivo Cultura Alentejo, Ardina do Alentejo falou com Susana Arrais, que nos fez o balanço desta Residência Artística ocorrida em Estremoz, da cidade branca do Alentejo e do modo como foi acolhida, e ainda sobre “Mário”, espectáculo que contou com encenação do seu amigo Cláudio Henriques.
Ardina do Alentejo – Que balanço faz da Residência Artística “Viver o Teatro”, que ocorreu em Estremoz, no Teatro Bernardim Ribeiro, durante este fim-de-semana?
Susana Arrais (SA) – Faço um balanço muito, muito positivo. Vou de coração cheio.
Ardina do Alentejo – Encontrou nesta Residência Artística um bom leque de pessoas, possíveis actores e actrizes?
SA – Essencialmente boas pessoas, corações bons, corações abertos, disponíveis, generosos e isso é sempre bonito de se ver, porque isso faz toda a diferença.
Aceitaram as minhas propostas, aceitaram arriscar comigo, arriscaram a saltar e a errar, e a experimentar, e em conjunto, descobrirmos coisas. E isso foi muito bom, foram todos muito generosos, e por isso digo que vou de coração cheio. E eu acho que também os deixei um bocadinho mais preenchidos, e curiosos, e com vontade de continuarem a explorar e a trabalhar. Através das partilhas deles consegui perceber isso. É sempre bom ouvir também a parte deles, que serve de avaliação para mim, para eu também perceber se estou a conseguir fazer o meu trabalho, de chegar às pessoas, que é o mais importante. Fiquei muito feliz com o feedback, com o processo, e com as conquistas de cada um deles… E com as minhas também.
Ardina do Alentejo – Embora tenha passado muitas horas dentro do Teatro Bernardim Ribeiro, a cidade de Estremoz acolheu-a de braços abertos?
SA – Sim, completamente. Infelizmente não tive muitas horas para poder passear, mas as que tive aproveitei e andei muito a pé. É uma cidade muito agradável para se passear a pé, para se estar atenta aos pormenores. E apanhei bom tempo, mas isso foi sorte! Fui muito bem recebida, muito bem acolhida e come-se muito bem. É tudo muito bom.
Ardina do Alentejo – Podemos vê-la na TVI, na novela “Quero Viver”. Além da novela há projectos futuros?
SA – Para já estou com as gravações da novela que está no ar. Tenho estado também em circulação com o espectáculo “Blind Date”, e espero que continuemos a circular. E quem sabe vir a Estremoz com o espectáculo, o que seria um ciclo bonito. Mas vamos com calma e com um projecto de cada vez.
Ardina do Alentejo – Este fim-de-semana culmina a assistir ao espectáculo “Mário”, encenado pelo Cláudio Henriques, e com a prestação dos actores do Colectivo Cultura Alentejo. O que é que lhe pareceu?
SA - Eu gostei muito. Foi uma óptima maneira de acabar o fim-de-semana e de festejar o Dia Mundial do Teatro, porque ir ao teatro no Dia Mundial do Teatro é sempre mágico.
O espectáculo está muito bonito, está muito bem conseguido. Faz-nos entrar dentro daquela cabeça de uma maneira muito engraçada, com sentido de humor e com muita inteligência. E é sempre bom quando podemos ver espectáculos que nos fazem cócegas no cérebro, que nos fazem pensar e que nos mandam para casa com palavras a ecoar.