Na próxima segunda-feira, 5 de Abril, a segunda fase de desconfinamento vai avançar por igual em todo o país. Mas nesta altura existem 19 concelhos com um número de novos casos acima do limite estabelecido pelo Governo, ou seja, com mais de 120 novas infecções por 100 mil habitantes em 14 dias. E desses 19 concelhos, cinco situam-se em terras alentejanas: Alandroal, Borba, Moura, Beja e Odemira.
A ideia inicial do Governo liderado por António Costa, e dos especialistas escutados pelo Executivo, é de apenas alertar para o risco destes locais e confirmar se daqui a duas semanas conseguiram ou não reduzir a incidência. Além destes, há outros 64 concelhos assinalados no mapa do Governo que estão em risco de ver um travão no desconfinamento caso daqui a 15 dias os vizinhos com quem partilham fronteiras não tiverem melhorado. No caso do Alentejo, são 19 os concelhos que esperam que os seus vizinhos melhorem os números da Covid-19.
Um exemplo é Borba, no distrito de Évora, que está acima desse limiar, ultrapassando os 120 novos casos/100 mil habitantes e que coloca em risco os concelhos de Estremoz, Vila Viçosa, Elvas, Monforte e Redondo. Segundo a lógica apresentada no dia de ontem, quinta-feira, pelo Governo, se Borba daqui a duas semanas mantiver uma incidência acima do limite poderá travar a terceira fase de desconfinamento em mais cinco concelhos.
O mesmo acontece com Moura, no distrito de Beja, que tem mais de 240 novos casos/100 mil habitantes e que poderá afectar os concelhos de Serpa, Vidigueira, Portel, Reguengos de Monsaraz, Mourão e Barrancos. Seguindo a mesma lógica, se Moura daqui a duas semanas mantiver uma incidência acima do limite poderá travar a terceira fase de desconfinamento em mais seis concelhos. E este é o cenário mais provável, visto que, a partir dos boletins da Direcção Geral da Saúde (DGS), é possível concluir que Moura, um dos cinco concelhos alentejanos no “vermelho”, está há mais de dois meses acima deste patamar.
Após a reunião do Conselho de Ministros, o Primeiro-Ministro explicou que só serão tomadas medidas de travão do desconfinamento se estes concelhos continuarem acima do limiar de risco ao fim das próximas duas semanas, esclarecendo que não serão tomadas decisões intercalares, antes do final dos próximos 15 dias.
O modelo agora apresentado segue a sugestão dos peritos ao abranger a incidência dos concelhos vizinhos na decisão.
António Costa referiu a proposta dos peritos quando referiu a opção de esperar duas semanas para travar nos concelhos mais afectados. “De acordo com o que os especialistas nos propuseram, devemos ter em conta que, se em duas avaliações sucessivas os mesmos concelhos estiverem acima do limiar de risco, esses concelhos não devem avançar nas medidas de desconfinamento” afirmou.

c/ Expresso